
Nada tendo a dizer, o ilustre desconhecido viajou ao passado recente e trouxe de lá a proposta de controle elaborada pelo ex-ministro Franklin Martins, o grande traidor da imprensa, dos jornalistas e até da memória do seu pai, o falecido senador Mário Martins, bravo jornalista e defensor da democracia e da liberdade de pensamento.
Por carência de ideias, o tal Emiliano José está envolvido até o pescoço na criação de um entulho autoritário que se oculta sob o nome de "Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular". Até o nome do monstrengo revela (e oculta) o verdadeiro propósito daqueles que embarcaram na canoa do controle estatal das informações, sonho que seu partido parecia haver arquivado, diante do repúdio popular que provocou.
Em lugar de "participação popular", leia-se "controle popular", designação que a falecida União Soviética utilizava para disfarçar o férreo controle estatal da mídia e dos cidadãos divergentes. Desde o primeiro mandato de Lula, o PT vem tentando reproduzir aqui os métodos que a KGB adotava para reprimir a manifestação de oposicionistas.
No segundo mandato, o ex-jornalista Franklin Martins, além de comandar a propaganda oficial, comprando espaços em jornais e emissoras de rádio e TV, quis criar, a toque de caixa, um órgão federal de controle dos espaços pelos quais não queria pagar. Era uma forma de economia: agindo assim, servia ao seu senhor e ainda poupava grana para financiar as campanhas eleitorais do partido.
As armações de Franklin caíram por terra e Lula, como sempre, fez de conta que não tinha nada a ver com o assunto. Nem sequer ouvira falar de censura à imprensa.
Lula se foi e deixou o ex-jornalista a ver navios inexistentes, mas o vírus do autoritarismo encontrou terreno fértil na mente desse obscuro deputado baiano, que agora fala de "regulação", quando se trata de pura e simples repressão.
Para poupar dona Dilma da responsabilidade de alimentar o monstro, Emiliano José e meia dúzia de integrantes do baixo clero decidiram criar a tal Frente Parlamentar, sob o argumento de que a mídia brasileira é controlada hoje por algumas famílias (deve estar se referindo às famílias Marinho, Frias e Mesquita, pois não terá coragem de incomodar as famílias Sarney e Collor, que almoçam e jantam na cozinha do Planalto e do Alvorada).
Leiam o que diz o serviçal, cuja ética não existe ou está de quarentena. O texto é ruim, mas quem esperaria algo melhor? E, como sabe que levará o troco dos que defendem a liberdade de imprensa e de opinião, ele já caiu na defensiva:
- Não podem três ou quatro famílias ser as formuladoras da interpretação do Brasil sozinhas. Queremos ampliar e muito a presença de vozes diversas na mídia para expressar a diversidade do Brasil. Quando se fala em regulação, se quer fazer correlação com censura, essas besteiras. Não tem nada a ver.
Censura não é besteira, Emiliano. É crime. E tem tudo a ver com você.
Tião Martins é jornalista.
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