
“A guerra está perdida. Todos vocês podem confiar que eu nunca sairei de Berlim". Hitler só admitiu que a guerra acabara para ele em 22 de abril de 1945. Nesse dia ele dispensou todos os empregados que o acompanhavam no bunker. Não sairia mais dali até o local ser “estourado” por forças da Inteligência soviética, oito dias mais tarde. O ex-oficial da SS Rochus Misch foi um dos poucos que permaneceram no bunker naqueles sete dias imortalizados no filme “A Queda” (“Der Untergang”, Alemanha, 2004) e o único ainda vivo atualmente.
Misch conta com especial compaixão a morte de Blondie, emblemática pastora alemã do Führer. Quando Hitler jogou a toalha no distante 22 de abril consultou seus assessores mais próximos sobre qual o método mais eficaz para o suicídio naquelas circunstâncias. Reafirmaram as cápsulas de cianureto, o que sempre fora de seu conhecimento. Para não correr o risco de morder um comprimido falso e cair vivo em mãos aliadas ordenou a seu médico Werner Haase que testasse em Blondie o veneno fornecido pelo médico da SS Ludwig Stumpfegger. O serviço sujo ficou a cargo do sargento Fritz Tornow, responsável pelos cães da chancelaria. Contrariado e infeliz, Tornow colocou a cápsula de cianureto na mandíbula de Blondie e forçou o animal a mordê-la, matando-o em milésimos de segundos.
Blondi fora presenteada a Hitler por Martin Bormann. O Führer sempre foi muito afeiçoado a Blondie, mantendo-a a seu lado e permitindo que ela dormisse em seu quarto no bunker, uma afeição não compartilhada por Eva Braun, a namorada com quem se casaria em seus últimos dias. Braun tinha outros interesses cinófilos. Preferia seus dois cães scottish terrier, Negus e Stasi (ou Katuschka). Ela detestava Blondie. Costumava chutá-la por baixo da mesa de jantar.
(Continua na próxima postagem)
Maninho Pacheco é jornalista e ativista pelos direitos dos animais.
sempre desconfie de uma mulher se ela não gostar do seu cão, e vice-versa.
ResponderExcluirMuito interessante esse relato.
Abraços