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22 de abril de 2011

Promessas de campanha
- por Rubens Pontes

Candidato é candidato, o eleito geralmente é outro. Quer dizer, não devemos ter a ingenuidade de esperar que o candidato eleito cumpra os projetos apresentados ao eleitor durante a campanha. Há inevitáveis obstáculos para que isso ocorra e a principal delas é conseqüência de ajustes políticos e acomodações dos apetites dos parlamentares que ocupam cadeiras no Congresso Federal.

Há naturalmente exceções. Juscelino Kubitschek executou fielmente, eleito governador de Minas, sua pregação de que se empenharia no binomio energia e transporte: construiu Três Marias e asfaltou, entre outras rodovias, a estrada de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro, aspiração dos mineiros desde a primeira república.


A presidente eleita Dilma Rousseff, durante os ´ultimos 90 dias de sua campanha eleitoral, apresentou e defendeu exaustivamente um documento com 13 compromissos programáticos que Donolearipontocom anotou e pretende acompanhar, agora que a candidata é Presidente.


*Em comícios, no radio e na televisão, mostrou-se contra mudanças significativas no sistema previdenciário, acreditando que o déficit (43 bilhões ao ano) poderá ser reduzido com a inserção de novos trabalhadores (contribuintes) no mercado formal. O governo não alteraria a idade mínima para aposentadoria.


*O governo criará o ProMedio, bolsa de estudos para alunos pobres em escolas privadas do ensino médio. Anunciou enfaticamente a construção de 6 mil novas creches e a instalação de pelo menos uma escola técnica em todas as cidades com mais de 50 mil habitantes.


*Quinhentas novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) se somarão às 87 em funcionamento no país. Diabéticos e hipertensos terão tratamento universalizado e medicamentos fornecidos de graça . A candidata manifestou-se a favor de patamares mínimos para as despesas federais com saúde.

* No sensível setor da economia, defendeu um Estado forte e indutor do investimento, com ênfase para a área de infraestrutura e concessão de créditos. Mostrou-se favorável a uma reforma tributaria, admitindo no entanto mudanças pontuais, como a redução dos impostos que incidem sobre bens de capital.

* A então candidata Dilma Rousseff anunciou, na área de segurança, a ampliação do Bolsa-Formação, criado em 2008, que concede 400 reais por mês aos profissionais da área, durante cursos de aprimoramento; a expansão a outras cidades do país das Unidades de Policia Pacificadora; o monitoramento das fronteiras com 10 novas unidades de veículos aéreos não tripulados (Vanto, ao custo de 8 milhões cada um).

*Ampliação do Bolsa Familia a novos grupos, entre eles indígenas, moradores de rua e casais sem filhos. A construção de 2 milhões de casas para pessoas de baixa renda, no programa Minha Casa, Minha Vida.


*A então candidata defendeu a continuidade da política externa do presidente Lula, com maior inserção do Brasil nos principais fóruns e questões mundiais.

Nos seus primeiros 100 dias de governo, a presidente Dilma Rousseff, ainda no processo de acomodação do apetite por poder de seus aliados, deu alguns passos coerentes com sua pregação.

Em algumas áreas, principalmente na do Itamaraty, até surpreende, como por exemplo na reaproximação com os Estados Unidos e na defesa dos direitos humanos em países do Oriente. A presidente tem sido enfática na defesa da liberdade de imprensa, tema nem sempre visto com simpatia pelo governo a que sucede.

Rubens Pontes é jornalista e consultor de Comunicação.

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