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18 de novembro de 2010

É hora de bronzear o corpo - por Tarcísio Bahia (*)

Que bom, mas também que chato seria se tudo tivesse apenas um lado, se só o lado maneiro das coisas contasse.

Vejam bem, adoro o astral do verão, a estação mais animada do Brasil tropical. Mas confesso que tou com medo dele. É legal! São dias longos que nos permitem chegar do trabalho, colocar uma bermuda, sandálias e caminhar na orla (queimando umas calorias) e depois sentar num bar à beira-mar e tomar umas cervejas geladas (para recuperar as calorias perdidas, é claro).

É um período no qual também costumamos tirar uns dias de férias, curtindo uma praia preferencialmente no nordeste. E aí já viu né: pousada charmosa, café da manhã alto astral, sunga, sandália, praia, cerveja, reggae, rede, praia, caipirinha, peixe frito, cerveja, forró, ronc, ronc, ronc... e no dia seguinte tuuudo de novo.

Só que, infelizmente, a vida não é só isso. Primeiro que não dá pra caminhar na orla no fim da tarde ou tirar férias durante todos os nossos 300 dias de verão. Como? Ah, sei, oficialmente o verão são três meses, tudo bem, é isso aí, mas na minha conta a gente derrete quase o ano todo.

Enfim, o fato é que trabalhar no verão, mesmo com o ar condicionado no máximo, não é fácil. Daí meu medo... Eu, pelo menos, calorento que sou, no verão costumo trabalhar de bermuda, sandália de couro e camisa pra fora. Mas quando vejo um advogado de terno escuro e gravata, caminhando com sua pasta de couro, ui, não sei como conseguem. Aliás, por quê nesse nosso clima tropical esse é o padrão formal de elegância? Nisso as mulheres são mais felizes, com seus vestidinhos bem ventilados por baixo.

Mas o que sei é que até agora o clima tem andado meio estranho. Tempo fechado, um ou dois dias de sol, e tempo fechado novamente. Tá parecendo pegadinha. Fico imaginando que na hora que o verão chegar de vez o bicho vai pegar, o inferno vai parecer uma geladeira consul.

Bom mesmo seria ser aristocrata, ou mesmo vassalo de uma côrte, para passar parte do ano numa residência de verão, a outra numa residência de inverno.

Mas Deus não dá asa à cobra. Verão é alegria, apesar do suor na testa. Nos dias laborais extremamente quentes, acho até que ficamos mais estressados lá pelo meio da tarde. Mas no início da noite, depois de uma ducha gelada, se marcamos com os amigos num boteco bem ventilado, curtindo um som ambiente, papo bom rolando, pô, não tem nada igual.

É, quer saber, pior seria conviver com 300 dias de inverno tal como vivem os suecos, que nem relaxar conseguem!

Tarcísio Bahia é arquiteto e professor da Universidade Federal do Espírito Santo.

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